sábado, 17 de setembro de 2011

Os Mouros e Granada.

Granada tem uma história muito antiga, começando pela colonização dos romanos no século V, que chamavam a cidade de Illibris. O nome foi mantido até a colonização moura no início do século 8, quando passou a ser chamada de Granada.

Com a ocupação muçulmana, a cidade prosperou (e muito!) tornando-se uma das mais ricas de toda a Europa (tanto culturalmente, quanto economicamente). No século XIV, a cidade foi tomada pelos cristãos, e ai a coisa começou a degringolar de vez... Toda a fantástica arquitetura mourística estava sendo destruída, mesquitas se tornavam igrejas. Fernando V e Isabel I começaram um projeto cristianizaçaão para todos (hoje, isso passa do real politicamente correto e da liberdade de expressão).

No século XVIII,a   coisa estava tão desgringolada, que Granada entrou num buraco quase sem fundo, sendo praticamente esquecida dos eventos nacionais. Isso até um americano, chamado Washington Irving escrever o livro Contos de Alhambra, no século XIX, quando artistas, trabalhadores começaram a se interessar de novo pela cidade.

Essa história, serve para mostrar um pouco da arquitetura mourística que caracteriza tanto os locais que visitei hoje em Granada. Mas chega de formalidades! Vamos ao passeio de hoje.

No ônibus turístico
Ontem pensamos numa estratégia para conhecer a cidade em tão pouco tempo... pagar aqueles ônibus City SightSeeing, que percorre alguns pontos turísticos da cidade. O negócio é bem turístico, e custa 18,00 por pessoa, mas vale a pena, pois você pode saltar nos pontos turísticos e pegar o próximo ônibus. Eles passam a cada 30 minutos nos pontos de referência. E o ticket é valido por 48 horas! Como só tinhas 24, não nos adiantou muita coisa essa promoção =P.

Foi um passeio interessante, pudemos ver onde as coisas estavam localizadas, e qual a distância do centro da cidade. Um dos pontos que nos interessou e que dava tempo de conhecermos, foi o Parque Frederico García Lorca (um escritor espanhol muito conhecido, que viveu e morreu em Granada). O parque é muito gostoso, um ótimo lugar pra relaxar e passear no meio dos roseirais. O passeio foi rapidinho, pois nossa programação estava bem corrida, mas deu pra desfrutar até o próximo ônibus chamativo chegar.

Casa de Frederico García Lorca
Quase perdemos o maldito ônibus, mas consegui correr a tempo e enrolar o @%$ do motorista de ônibus que não queria esperar a minha mãe acabar de atravessar a rua... Depois disso, fizemos o passeio completo com o ônibus, só saltando no ponto final, na Catedral.

As casinhas brancas em Albaycín
De lá, planejamos ir para ALBAYCÍN, um dos antigos bairros mourisco, onde todas (sim, todas, não há exceções!) as casas são branquinhas. É um bairro de muita subida. Seguimos a dica do livro que comprei e subimos pela Carrera Del Darro. Pensamos em tomar um banho turco (marcar para o fim do dia, pois seria legal relaxar um pouco do passeio), mas a 32,00 o banho com massagem, para cada uma de nós, desistimos.

Continuando o passeio, resolvemos parar para comer algo. Minha mãe escolheu o restaurante mais pelo nome do que por outra coisa - Rabo de Nube. Um restaurantezinho super simples, com mesinhas na praça em frente, onde se pode comer nas sombras fresquinhas das árvores da pracinha! Foi baratinho, e a salada estava divina! Tomates molhados no azeite com uma pimentinha e um temperinho verde por cima. Perfecto!

Depois do almoço fomos nos torturar e queimar todas as calorias consumidas nos pães que comemos de entrada no almoço rs - e subimos as ruelinhas de Albaycín.

Dica: Faça esse passeio de manhã cedo, quando o sol não está torrando e você não suará em bicas!

Vista da Alhambra de Albaycín
Depois de muito nos perdemos, pois as ruelinhas são todas iguais, chegamos (mortas) ao Mirador San Nicolás. E tem a vista mais incrível da Alhambra. Por falar nela, lembramos que estávamos atrasadas para ir a ALHAMBRA! Descemos correndo (na medida do possível) o bairro, que em alguns momentos me lembrava muito as ruelinhas de Santa Tereza. Saímos, com sorte, em frente ao ponto do ônibus turístico chamativo, que nos levaria até a Alhambra.

Uma dica sobre Alhambra, é que você deve comprar os tiquetes com antecedencia pelo site ou pelo telefone 902 224 460. E tem que comprar antes mesmo, se não você não entra! Pois o numero de visitantes é limitado. Nós compramos ingresso para visitar o palácio as 19 horas. Aqui nesta época do ano, essa hora ainda está claro, então não há problemas para ver as coisas.

Em Generalife
E vou te dizer uma coisa... o lugar é fantástico! Como nossa visita ao castelo principal tinha hora marcada, tínhamos pouco tempo para visitar tudo. Vou tentar descrever um pouco da Alhambra pra vocês...

Ela começou a ser construída em 1237, pelo fundador da dinastia muçulmana Nasrid, Muhammad I, seu termino (por assim dizer), com o Rei católico Carlos V, que após seu casamento com Isabela de Portugal, decidiu construir um palácio em Alhambra (este que é considerado um dos trabalhos mais importantes da renascencia).

Os Jardins de Generalife
Apesar de ter uma extensiva arquitetura e tendências mouristicas, algumas mesquitas possuem imagens católicas e são consideradas igrejas, pois (de novo!) os reis Fernando II e Isabela I, queriam por que queriam que todos no reino de granada fossem cristãos.

Hoje considerada pela UNESCO Patrimonio da Humanidade, a Alhambra é dividida em três partes principais:

1. Generalife - um jardim imenso e fantástico! Construído para ser o jardim de relaxamento do Sultão, é um jardim super bem cuidado, com várias fontes, diferentes tipos de flores, e na saída tem uma floresta de ciprestes. Juro que se pudesse levar cheiros para casa seriam a maioria desse jardim!
Alcazaba

2. Alcazaba - parte mais antiga da Alhambra, foi construída no século IX para ser uma fortaleza, tem uma vista bem legal, tem uma vista muito bonita, é uma construção fantástica, vale a pena conhecer. MAs não foi o lugar mais impressionante de todos lá dentro. Pode ser que essa impressão seja porque eu já estivesse exausta e não sentisse mais os pés =P


Um dos pátios internos do Palácio Nasrid
3. Palácio Nasrid - tínhamos horário marcado para o palácio, pois apenas um número limitado de pessoas pode entrar ao mesmo tempo. E vou te dizer, valeu cada euro gasto e a pequena fila para entrar. Porque o lugar é fantástico. No horário que a gente foi, o sol já estava descendo, o que deixava tudo mais fantástico! O palácio, na verdade, ricos em azulejos, trabalhos em madeira esculpida tudo em arte mourisca. Com muitas fontes, água em cada jardim interno, com flores. É incrível!

Saindo do palácio estávamos meega cansadas e perdemos o último ônibus vermelho discreto para o hotel ( e a Alhambra é bem longe do centro...) Tivemos que pegar um ônibus comum pra casa, mas ainda não perdoo o b@b@c@ do motorista que não quis esperar a gente por mais 1 minuto!

Chegando no centro mortas, sem sentir qualquer parte do corpo, paramos em uma pizzaria e tomamos um vinho. O lugar bonzinho era bonzinho, honestamente não me lembro do nome, mas lembro que ficava próximo da Plaza Bib-Rambla. Não foi caro, e o serviço foi bom.

Pessoal, desculpem o post gigante, mas foi muita coisa em pouco tempo rs. Prometo não me alongar tanto da próxima vez.
Bjins!

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